UFSC – Campus Araranguá

O ano de 2022 foi bastante intenso para os estudantes da LASI (Liga Acadêmica de Saúde Indígena) que promoveram diversas atividades de extensão junto a território indígenas.

A primeira visita a Aldeia Nhu Porã em Torres, no RS, ocorreu no dia 25/06 onde estudantes da medicina e profissionais do SAE foram recebidos pelo cacique Mário para conhecer um pouco mais sobre a cultura indígena do povo Guarani, suas vivências e relações com os profissionais que atuam na área da saúde, em especial da SESAI (Secretaria da saúde Indígena). Além de conhecer um pouco da Aldeia, da unidade de saúde e escola, os ligantes da LASI plantaram árvores frutíferas no território, esta se agora tem sido uma marca da LASI por onde passa.

A visita foi tão relevante que os estudantes começaram a sonhar com uma imersão mais longa, em que pudessem fazer mais atividades de promoção e prevenção em saúde. Assim, no mês de agosto iniciaram-se os planejamentos para a nova imersão, agora denominado Projeto ĒG HÁ, uma imersão científica que envolveu as Terras Indígenas Votouro e Terra Indígena Serrinha, ambas no norte do Rio Grande do Sul.

Atividades desenvolvidas: preparação de materiais para ações de promoção e prevenção de saúde nas áreas de: saúde da mulher, uso abusivo de álcool e outras drogas, hipertensão e diabetes.

Palestras para 6 grupos de adolescentes (atendemos aproximadamente 150) e 22 profissionais da educação sobre o tema Álcool e outras drogas

Fizemos formação para profissionais da saúde e atendemos a grupo de mulheres em duas localidades (aproximadamente 150 pessoas): equipe multidisciplinar de saúde indígena Serrinha e equipe multidisciplinar de saúde indígena aldeia bananeiras – município de gramados dos loureiros

Duas entrevistas á rádios e reunião com o prefeito de engenho velho

A cerimonia de abertura do evento contou com a presença de autoridades locais, como prefeito, vereadores, secretaria de saúde e educação, e dos caciques da região, além de apresentação de dança das crianças da TI Votouro e da TI Serrinha.

Além de todo o estudo prévio, ao retornarem os estudantes envolvidos estão escrevendo artigos científicos para submissão em revistas.

Os estudantes foram recebidos por liderança indígena e ficaram acampados na casa do Claucir Vaz, mais conhecido como Baixinho, Chefe do departamento de assuntos indígenas do município de Engenho Velho.

A UFSC disponibilizou o transporte e a prefeitura a alimentação para todos os dias da imersão.

Da Imersão na Serrinha nasceu o desejo de um projeto multidisciplinar em saúde, assim as estudantes indígena e quilombola do curso de fisioteparia, Ana Beatriz da Silva Barros e Jessica Fernandes, juntamente com mais colegas iniciaram sob a supervisão da professora Gisele, o PASQUIN _ Projeto Multidisciplinar de Atenção à Saúde Quilombola e Indígena que tem como objetivo atuar na promoção e prevenção de saúde dos povos indígenas e quilombolas da região, bem como de atender pacientes com dores crônicas ou necessidade de reabilitação encaminhados pela equipe de saúde indígena de Torres. Até o momento os estudantes realizaram 05 avaliações e iniciaram alguns atendimentos, a equipe de saúde solicitou ampliação da área de atuação para que se possa atender à mais aldeias do litoral norte do RS.

O PASQUIN é um projeto de extensão vinculado ao NEABI Ara – Núcleo de Estudos Afro-brasileiros, Indígenas, Latino-americanos e Quilombola.

PASQUIN já realizou 04 visitas a Terra indígena NHÚ PORÃ, onde conversou com a liderança, equipe de saúde, fez as avaliações e iniciou os atendimentos.

Para o ano de 2023, o PASQUIN pretende atuar de forma sistemática em aldeias e quilombos da região em ações de promoção e prevenção em Saúde com estudantes da fisioterapia e medicina, bem como fazer uma imersão no Quilombo Invernado dos Negros, já a LASI tem como objetivo fazer uma imersão na Terra Indígena Votouro, onde já foi convidada pelas lideranças para atuarem junto aos povo Kaingang.

Texto: Rossana Lopes de Souza – Assistente Social – UFSC Araranguá